24.4.07

Jaula

Meu mundo era cinzento
Mas agora cego-me na sua escuridão

Pesava que me poderia erguer
Mas quando caio quebro os braços

Tu és o ferro que uso para erguer a minha jaula
Tu és a causa da minha fúria
Quando as coisas que eu pensava ter
Eram sonhos orbitando a minha cabeça
Quando todas as coisas parecem morrer
E até os mortos podem chorar

Fechei a minha boca e cosi-a
Mas muito tenho por dizer

A luz do fundo do meu túnel
É apenas o brilho da minha depressão

Tu és as barras que rodeiam a minha jaula
Eu uma esquecida memória de um poeta morto
Porque as coisas que eu pensava ter
São apenas sombrias figuras na minha mente
Quando todas as coisas parecem chorar
E até os mortos podem morrer
(2000)

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