Quatro paredes, uma cama e eu... Com pensamentos a surgirem de todos os lados, vindos de pensamentos de todos os tempos e de todos os espaços. Continuamente. As vozes e os barulhos e a agitação... as dúvidas.
A solidão é um quarto vazio completamente lotado de pessoas falando, agitando, gritando. Movendo para fora do tempo, sozinho, com cada um dos teus amigos vivendo, alheios à tua presença. São visões. Pensamentos congelados no tempo, pairando e amontoando sobre o chão do teu quarto, como a roupa que decora o caos da tua alma. Derretendo lentamente em vozes e sons de angústia e dor... e esperanças. Pensamentos derretidos de sonhos perdidos e esperanças quebradas, evaporando-se em lamentações sem significado, sem propósito, para além de permitir espaço para a criação de novos sonhos e novas esperanças. Também elas sem significado e propósito para além de, mais tarde, serem derretidas e dissolvidas de novo. Um ciclo vicioso auto-sustentável de uma destruição construtiva, ou construção destrutiva, de uma alma que se reinventa constantemente por uma insatisfação desconhecida.
Solidão é procurar o conforto de uma mão desconhecida inexistente, silenciosa, fria. E tudo permanece imutável, insatisfeito. O nojo, o desapontamento... duas palavras equivalentes à realidade. Tudo é apenas a visão da minha mente. Um papel branco... balas pretas e linhas que tentam escapar-me da vista, sem saberem que já lá estou.
Solidão é apertar e enclausurar a dor para que ela não se possa alimentar do teu coração.
4 comentários:
Gostei muito da tua definição de solidão. Muito bem conseguida. Talvez não seja assim tão ficcionada. É que ela (a solidão) não ladra. Mas morde.
Bem pensado...
caraca me indentifiquei muito com os seus texto... Você tem muita coragem de falar o que muito o que muitos sentem mas tentam esconder, o primeiro passo para deixar essa tal solidão.
Gostaria mto de conversar com você... meu email é deusadailusao26@hotmail.com por favor entre em contato.
MT bom texto...
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